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Stop Finning




Crónica de Omar Moura

Estudante de Biologia, FCUL



Um oceano saudável precisa de predadores de topo. Normalmente não se pensa muito sobre isso, mas os tubarões são um elemento vital nos ecossistemas marinhos, mantendo o equilíbrio nas relações tróficas (ou alimentares) entre peixes, cetáceos, zooplancton e fitoplâncton. O seu desaparecimento teria repercussões catastróficas tanto ecológica como economicamente.


Os tubarões apareceram há cerca de 400 milhões de anos, tendo por isso passado por 4 das 5 grandes extinções que o nosso planeta sofreu, o que só mostra o quão incríveis e resistentes são estes animais. Infelizmente, nos dias que correm enfrentam uma ameaça contra a qual nada podem fazer, e as populações têm vindo a diminuir de forma bastante acelerada nas últimas décadas principalmente devido à sobrepesca.




A situação é tão grave que chegou ao ponto de, segundo a International Union for Conservation of Nature (IUCN), 1/3 das espécies de tubarões se encontrar hoje em risco de extinção. Um estudo recente mostrou ainda que as espécies oceânicas de tubarões e raias tiveram um declínio de 71% desde 1970.


A principal causa deste declínio, a sobrepesca, é sobretudo para satisfazer a crescente procura de barbatanas no mercado asiático. Mas porquê essa procura? A resposta é a famosa sopa de barbatana de tubarão. Esta sopa apareceu no século X na China, como uma demonstração de poder e riqueza dos imperadores, e manteve-se até aos dias de hoje. Porém, com o aumento da classe média no final do século XX, o consumos da sopa começou a generalizar-se pela população,estando disposta a pagar um elevado preço por ela.


A Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) estima que entre 63 e 273 milhões de tubarões são capturados todos os anos, sendo que a maior parte deles apenas são capturados pelas suas barbatanas, pois o resto do animal tem pouco valor. Isto cria um outro problema, o "finning".





O "finning" consiste em, no momento da captura do animal, cortar as suas barbatanas e devolver posteriormente o seu corpo, que muitas vezes ainda está vivo, ao oceano, onde morre em agonia pela hemorragia, por asfixia ou comido por outros predadores. Esta cruel prática está proibida na Europa desde 2013, em que o desembarque das espécies de tubarões apenas é permitido se os espécimes forem desembarcados com as barbatanas unidas ao corpo. Apesar disto, o comércio das barbatanas ainda é permitido e todos os anos milhões de tubarões são capturados legalmente na União Europeia, contribuindo para a perpetuação do massacre a nível global destas espécies-chave nos ecossistemas.


Através da Iniciativa de Cidadania Europeia, em 2019 surgiu a campanha StopFinning, com o objetivo de alterar a legislação de forma a que o comércio de barbatanas de tubarão na Europa seja proibido. Para conseguirmos atingir esse objetivo precisamos de chegar a 1 milhão de assinaturas a nível europeu até 31 de Janeiro de 2022, sendo que, em pelo menos 7 Estados-membros, terá de ser atingido um número mínimo de assinaturas.


No caso de Portugal, estamos atualmente com 83% do valor mínimo de assinaturas (15 771), mas precisamos de toda a ajuda possível para atingir e ultrapassar essa meta!

Caso queiras ajudar os tubarões a ultrapassar esta ameaça, assina a petição através do link em baixo.


https://eci.ec.europa.eu/012/public/#/screen/home

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